Texto escrito em 2007.
Validar significa aprovar, aceitar, dar valor – valor representativo para quem recebe. Se perceber valorizado significa, para o adolescente, se perceber aprovado, aceito e suficiente para o mundo que vive e viverá por toda sua vida. Está aí a chave da vida dada pelos pais aos jovens filhos: fazê-los conscientes da própria e desprotegida existência através da validação. Desprotegida, porque o medo da perda da proteção, do carinho e até mesmo dos limites tidos dos pais durante a infância, os faz criar entidades imaginárias e sem feições que os “protegerão” pela vida afora. Criam a falsa e inconsciente companhia eterna dos pais ou de um desses. Tendem a se manter sob a égide do que não existe. Podem, então, não perceberem como suas, as realizações que têm na vida; entendem que estão realizando coisas para esses tutores imaginários; buscam a aprovação constante desses olhares irreais. Julgam-se, provavelmente, indignos.
A validação então se faz necessária. É uma chave indispensável para a libertação do jovem para o mundo, para a vida.
O poder da validação está na confiança do jovem em seu libertador. É preciso que o adolescente sinta verdade suprema nas mensagens – de diversos meios e formas – que o aprovam, que o validam como um ser independente e digno do mundo em que vive. É preciso, então, que pais se desprendam do poder coercitivo paternal e se revelem com a autoridade dos grandes líderes, que se admitem errantes, frágeis, mas com carisma e experiência de vida suficiente para fazer valer sua avaliação assertiva: “Você pode, filho. Você está pronto”. A crença na mensagem de aprovação daquele que o gerou, que o criou, faz catarse e lança verdadeiramente o jovem para sua própria vida.
Aos adultos não validados, ainda restam os consultórios de psicoterapia.
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